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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Primeiras impressões: Jeep Mighty FC Concept


Apesar da clássica grade com sete aberturas, o Jeep Mighty FC Concept é tão americano quanto um foguete Katyusha. O conquistador de rochas retrô segue a tradição de design do GAZ-66 soviético e do arsenal de bombas atômicas que povoaram os pesadelos das crianças nas décadas de 1950 e 60.


Independente das raízes serem vermelhas, brancas e azuis ou simplesmente vermelhas, o Mighty FC – conhecido também como Forward Control – tem o tamanho e a atitude eu-não-dou-a-mínima-para-esse-papo-de-direitos-humanos próprios de uma superpotência. Obrigado, camaradas da nação Jeep, por me abençoar com a chance de guiá-lo em Moab.


A configuração da cabine cara chata não é nova para a Jeep, que – sob o comando da Willys e Kaiser – produziu algo semelhante entre 1956 e 1965. Mas entre as variantes do Wrangler sob o controle Chrysler, ela se destaca como algo especial, e certamente mais do que lembra um transportador de mísseis soviético.

Poucos americanos tiveram a chance de pilotar uma picape que deixa o pé à frente do eixo dianteiro. Mark Allen – chefe da divisão de design da Jeep – e sua equipe de fãs da marca admitiram que ficaram loucos com a ideia do projeto com o motorista sobre o eixo, que chamou muita atenção enquanto a Jeep mostrava sua escalação para o safári de páscoa em Moab, Utah. Equipado com eixos portais enormes e pneus offroad, o Mighty FC foi mais ou menos feito com peças que encontraram pela fábrica da Jeep.

Equipado com um V6 Pentastar – que, classificado com quase 300 cavalos, não é pouca coisa – o FC é basicamente um Rubicon 2012 quatro portas depois de uma mutação. Ele tem a mesma transmissão automática e caixa de transferência, com a posição do eixo dianteiro ajustada para acomodar a cabine, que lembra a carroceria do Wrangler depois de uma cirurgia de redução do nariz. Allen se certificou de que acrescentariam um diferencial de acionamento pneumático (air lockers) em ambos os eixos, para que a picape pudesse vencer os mais diversos terrenos sem dificuldades.

A Jeep queria tanto mostrar seu exército de escalada que atraiu os jornalistas a uma pequena cidade no meio do deserto com comida e bebida, sendo que a maioria (pelo menos foi o meu caso) iria de qualquer jeito só para poder estar ao volante das máquinas.

Guiar o Mighty FC é absolutamente bizarro. É algo completamente diferente estando à frente das rodas que esterçam o veículo (dirigindo atrás dele, vi o FC dançando pela rodovia enquanto um motorista não adaptado se acostumava com as excentricidades do modelo), e com sua posição elevada, subir e descer terrenos inclinados oferecia uma sensação ainda maior de aventura.
Subindo, tudo o que você vê é o céu, e descendo, você tem uma visão privilegiada da pista. Seu entre-eixo relativamente curto diminui as chances de raspar o chassi do carro, e praticamente não há nada que atrapalhe os ângulos de ataque e saída enquanto você sai de uma vala para a próxima.

Em poucas palavras: se você tem um belo estoque de mísseis e foguetes que precisam ser entregues a tempo através de um terreno brutal, o Mighty FC não é uma má opção. Só não espere vê-lo em produção tão cedo. Allen deu pistas de que as leis de segurança em colisões tornam impossível a missão de produzir algo em que suas pernas balançam sobre o para-choque.

Enquanto um jornalista especializado superada uma pilha de pedras com o monstro na segunda-feira, alguém entre os espectadores gritou, “Americaaaaaa, f*#& yeah!” (algo parecido com isso). Mas no ar pairavam as notas do hino soviético.
Fonte: Jalopnik

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