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quarta-feira, 14 de março de 2012

Compass, um Jeep que não é ''jipe''


A ordem dos corredores dos escritórios Grupo Chrysler liderados pela Fiat é lucrar, custe o que custar. Dodge e Chrysler começam a atacar o segmento dos compactos e uma nova bandeira de picapes foi criada, a RAM. E a Jeep? Bom, ela fez um carro “barato” com a boa e velha proposta de ser a “porta de entrada” para mundo da marca.


Desde 1941 fabricando veículos fora-de-estrada “casca grossa”, a Jeep, que na Segunda Guerra Mundial ajudou os Estados Unidos a vencer conflito, desta vez só quer levar famílias para passear e, longe de terra, buracos e outras intempéries do selvagem mundo off-road. A solução é o Compass, lançado em 2007 e enfim oferecido no Brasil.


A pronúncia correta para o novo carro da Jeep é “compáss” e ele não tem nada de jipe. A “raça” dele é a dos crossovers, veículos quadradões e grandes que parecem carros de rali amansados, mas que na verdade servem apenas para “aventuras urbanas”. Nem tração 4x4 ele tem e seu motor faz um esforço homérico para mover os 1.424 kg de “lata” do modelo fabricado em Ohio, nos EUA.


Impressões ao dirigir

Logo nos primeiros momentos ao volante do Compass nota-se que ele é um tanto “amarrado”. Você pisa fundo, o motor grita, mas a resposta é demorada e pouco eficiente. Por outro lado, o conforto é garantido pela suavidade dos movimentos da suspensão independente nas quatro rodas. Parece um sedã, neste ponto, embora curvas mais acentuadas exijam mais cuidado com a velocidade.

O rendimento do motor do Compass não é dos melhores para um carro de quase uma tonelada e meia, já vou avisando. O bloco 2.0 16V rende 156 cv a 6.300 rpm e 19,4 kgmf de torque máxima, também em giro, a 5.100 rpm. São regimes de rotação pouco usuais, ainda mais em ciclo urbano, o habitat deste Jeep. A transmissão CVT (continualmente variável) também não ajuda, pois deixa as respostas do propulsor ainda mais lentas e gera um ruído intermitente de aceleração bastante chato.

Para ajudar, principalmente quando se dirige na estrada, o câmbio, mesmo CVT, conta com 6 marchas fixas, que são acionadas somente na alavanca da transmissão, com movimentos para esquerda e direita. Já o freio, a disco nas quatro rodas, é eficiente quando acionado e ainda conta com ajuda de ABS e controle de estabilidade (ESP).

O consumo de combustível do Compass divulgado pela Jeep é um tanto otimista: 9,8 km/l na cidade e 16,4 km/l na estrada (média de 13,2 km/l). É um número comparável ao de um compacto com motor 1.6, por exemplo.

Muita simplicidade por muito dinheiro

Para tornar o produto acessível e competitivo, a Jeep teve de fazer um carro simples. Além de fraco, o Compass também deixa a desejar quando o assunto é acabamento. Por mais cruel que seja o termo, o interior do crossover é ordinário, tendo em vista o que a concorrência oferece atualmente. Entretanto, a fórmula vem dando certo nos EUA, onde o preço do veículo começa em US$ 19.295 (cerca de R$ 33.175). No Brasil, o valor do lançamento é fixado em R$ 99.900, vulgo “R$ 100 mil verdinhas”. Caro demais.

A montadora ainda tenta justificar o alto preço do carro com uma boa lista de equipamentos, que inclui itens como airbags, controles eletrônicos de segurança e sistema de som, e a tradição da marca, explicita no Compass apenas com detalhes visuais típicos, como a famosa grade com 7 fendas e as caixas de rodas com formato trapezoidal, heranças do clássico Jeep da Segunda Guerra Mundial. Mas será o bastante para convencer o público brasileiro?
Fonte: iGCarros

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